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Homilia
Homilia

 

14 de janeiro de 2012

O texto deuteronomista de 1° de Samuel nos diz hoje que o 1° rei histórico de Israel foi Saul, da tribo de Benjamin. Foi um personagem controvertido; começou bem e terminou mal. A Escritura nos dá dois motivos para o término desastroso deste reinado, embora a historiografia pareça seguir outro viés. Para a Sagrada Escritura, em primeiro lugar, Saul desentendeu-se com Samuel, o profeta que ficava sempre por detrás dos acontecimentos; pior ainda quando assumiu, indevidamente, o sacerdócio, oferecendo sacrifício, o que não era de sua competência. E, para terminar, recusou-se a aplicar, com severidade, o direito do Herem, ou a lei do deserto.

Samuel o repreenderá duramente: “É melhor a obediência a Deus, ao sacrifício.” E esta é uma expressão que atravessa os tempos e chega até nós; é melhor obedecer a Deus, do que praticar, com esmero, ações litúrgicas.

Obedecer a Deus; é mesmo minha preocupação diária? É mesmo a sua primeira preocupação? É a primeira coisa sobre quê lançamos os nossos olhares e a quê damos importância quando nos despertamos? Perguntamos freqüentemente qual é, a nosso respeito, a vontade de Deus? Lamentavelmente devo dizer que não!

Normalmente sempre agimos, sempre decidimos, mas rarissimamente colocamos nossas decisões, antes de tomá-las, nas mãos de Deus. Isto é um hábito que infelizmente nós não temos. E hoje eu gostaria que nós refletíssemos sobre esta superficialidade.

Como conseqüência de sempre agirmos sem nunca perguntar a Deus, ou quase nunca, se é realmente aquela a ação que Ele deseja que nós realizemos, se é mesmo aquela ação que Ele deseja conceder-nos, como resultado desta pressa ou desta autarquia, desta liberdade, muitas vezes nós erramos, e alguma vezes erramos feio, erramos vergonhosamente, erramos de maneira que nós mesmos saímos daí humilhados.

Tomemos a decisão de colocar as nossa opções, em primeiro lugar, nas mãos de Deus, antes de nos decidir sobre uma ou outra; rezemos um pouco; peçamos a luz do céu e, a seguir, na fé, procuremos decidir aquilo que seja do melhor agrado de Deus. É assim que se progride e é assim que sofrimentos desnecessários são evitados em nossas existências.




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